O perfil do solo é um corte para estudo; nisso, é como um corte histológico no estudo dos tecidos. Sob o ponto de vista biológico, até onde forem as raízes ou outras formas de vida é de interesse no perfil. Assim, o perfil é uma seção vertical do solo até o material de origem, ou seja, até à rocha consolidada. O que não confronta com a seção de controle que tem limite máximo de 2 m na maioria dos casos segundo Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, pois se trata de uma mera convenção para facilitar os trabalhos de classificação.

          O perfil de um solo normalmente se refere à exposição num barranco, corte de estrada ou mesmo trincheira cavada com este propósito, expondo os vários horizontes do solo. Neste corte, exposto na trincheira, os horizontes são separados: é a identificação de camadas distintas. Cada um é descrito quanto à espessura, cor, textura, estrutura, cerosidade (se necessário), e consistência do material seco, úmido, molhado e muito molhado.

          Há, nesse processo, um enriquecimento de informações sobre o comportamento hídrico, relação raiz-solo etc. Amostras são coletadas e feitas observações gerais. A descrição do perfil é uma rotina nos levantamentos de solos. Além da descrição detalhada dos horizontes e camadas, a descrição tem um “cabeçalho” que traz a descrição sintética do ambiente que ajudam a compreender o perfil.

          Existem muitas definições arbitrárias sobre a profundidade do solo, principalmente quanto a finalidade, como definições da geologia, da engenharia, da agronomia e outras, todas elas úteis, porém desconsideram processos biológicos. Portanto, quando for de interesse biológico a profundidade do solo a ser considerada pode ir muito além da seção de controle do sistema de classificação.